Imagem: "Árvore da Família" - Autoria: Teka Bustamante - Técnica: lápis de cor, de cera, pastel óleo e guache
“…. tentativas de expressar alguma coisa para a qual não existe conceito verbal!” (Jung)
Arteterapia: plantio, colheita e acolhida
Uma trajetória, uma caminhada, um início que permanece, sempre, num reinício.
A cada dia uma nova experiência, um novo desafio, uma nova forma de olhar e interpretar, um modo diferente de fazer, desfazer, refazer… e exercitar… experimentar… realizar.
Assim é a Arteterapia: um pintar, bordar, desenhar, colorir, manusear, moldar, para desnudar, redescobrir, reencontrar, reconectar.
Conhecer o novo todos os dias e com ele fazer de novo para reconhecer.
Mãos, olhos, mente, coração. Sensação, pensamento, sentimento e intuição. Quente, frio, úmido e seco. Ar, água, fogo e terra. Preto, branco, cores frias e cores quentes. Amor, alegria, doação e acolhida. Interno, externo, de dentro pra fora, de fora pra dentro. Processo Ego/Self, Sombra e Consciência.
A busca constante, persistente, corajosa e prazerosa da individuação, do EU no presente, no aqui e no agora.
Arteterapia, aquilo que se faz com emoção, sensibilidade, simplicidade e gratidão!
Amo muito isso!
A essência da Arteterapia
“A arte é a linguagem da alma… A arteterapia torna visível o invisível”. (Lígia Diniz)
A Arteterapia não propõe apenas ocupação, entretenimento e diversão, vai muito além de uma produção artesanal ou um simples produzir uma coisa. Ela busca tocar a alma do indivíduo, sua essência, seu ser (self), caminhando pelo consciente, chegando ao inconsciente (sombra).
Segundo Jung, seria um diálogo entre consciente e inconsciente; o que está no nível da percepção, do entendimento, contra o que não se compreende, aquilo que está na sombra, fora do alcance da compreensão. A Arteterapia é isso, é esse diálogo que faz uso da arte como instrumento, que transita entre a música, a poesia, as tintas, pincéis, papéis, cores, materiais diversos e o seu objetivo fim: a alma, o self, a persona como ela é, o indivíduo único em permanente transformação e conexão com o Universo.
Para os idosos, além de (geralmente) prazerosa, ajuda a decifrar sentimentos e percepções; possibilita a recordação de fatos agradáveis que resgatam emoções, prazeres e alegrias; ou traumáticos que podem ser ressignificados e, muitas vezes, compreendidos e superados. Portanto, é um importante recurso para um “cuidar afeto-criativo” de idosos, dependentes ou não. O objetivo no final das contas é preencher seu tempo para que esta fase da vida, com mais e maiores restrições, sejam minimizadas e absorvidas de forma produtiva.
Tudo, no final, perpassa pela Arte. Porém, a proposta da Arteterapia é que ela proporcione um diálogo entre o objeto produzido e o que esta produção trás de significado, de simbologia. Um ver-se no espelho da arte produzida por si próprio!